those belgian days

 Este ano, finalmente, pude pôr cobro a mais de dois anos de jejum turístico. Obviamente que estou a a exagerar, e que lá fui dando os meus passeios, descobrindo novos poisos... O que quero dizer é que há mais de dois anos que não saía do país, não fazia uma mala para mais de uma semana, não tentava o milagre que é repartir um litro de cuidados higiénicos e de beleza por um máximo de 10 frascos de 10 miligramas cada. Viajar para muitos é um conceito ainda mais exuberante, mas tenho de me condicionar ao meu fraco orçamento, a companhias de aviação que nem com um rebuçado me presenteiam, e à oportunidade de poder parasitar em chão ou cama alheia de quem, seja que por motivo for, se viu obrigado a trocar a sua cidade natal por uma qualquer outra que, felizmente para mim, faz parte do roteiro de voos low cost.
   Duas pequenas obsessões que há que ter em conta, assentes na premissa básica de que não sei se alguma vez voltarei a ter oportunidade de regressar aos locais que visito:
1 - Conhecer o máximo possível no curto espaço de tempo de que disponho. Andar a pé sem medo e ganhar capacidades que durante o meu quotidiano normal se encontram totalmente adormecidas, como a habilidade para decifrar mapas. Mentalizar-me de que tenho de usar sapatilhas e que as fotografias do tipo “euzinha, fabulosa num qualquer lugar”, só o são, de facto, até aos tornozelos. Fazer tudo o que há para fazer, esticando até mais não um orçamento já de si limitado. Aproveitar que este estado de alma algo obsessivo não dá lugar à fome, e trocar a hora de almoço por cupcakes ou fatias de bolo inflaccionadas, degustadas em pequenos cafés acolhedores.
2 - Fotografar em analógico como se o estivesse a fazer em digital. Documentar detalhes que dão fotografias péssimas mas que me parecem fundamentais para a construção da minha memória dos lugares. Fotografar em espaços escuros com rolos ultrapassados e muita teimosia. Ou seja, uma semana de férias é o equivalente a, no mínimo, uma dúzia de rolos e ao facto de estar já em agosto ainda a revelar rolos do fim de Abril...
   Em Abril deste ano fui até à Bélgica. Pernoitei em Antuérpia, cidade que tive o privilégio de conhecer mais relaxadamente, e dei um saltinho até Bruxelas, Bruges e Gent. Do total dos meus rolos e das imagens que poderia ter reunido, subtraí um mal metido, correspondente a um fim de tarde, e outro que faleceu durante o processo de revelação, e que retrataria a continuação do meu primeiro dia em Antuérpia, prolongando-se pela manhã seguinte. Dos restantes saíram as imagens que por agora ocuparão este espaço, conjuntamente com pequenos relatos de pouca precisão histórica e factual, e que reflectem nada menos que a minha visão pessoal.
 

  This year I was able to put a stop to the excruciating touristic fastening that lasted these past two years. I am obviously overreacting, since I was able to travel in between and meet some new places... I guess that what I'm trying to say is that I wasn't able to leave the country, pack for more than a week, or even adjust myself to the idiosyncrasies and specifications of low cost aeroplane travelling for over more than two entire years. I'm aware that travelling is suposed to be a much more exuberant concept, but i'm forced to confine myself to the lowest of the budgets, to airline companies that won't even treat me with a single small piece of candy, and to some floorspace, or even a bed!, gently granted by someone that had to move to some destination that, lucky me, can be spotted at some low cost airline circuit.  
   Two little notes slash obsessions for you to consider, based on the fact that it is not possible for me to know if I'll ever go back to the places I've visited:
1 – I try to go as much as where I can considering the time I have to do it. By foot, no fear what so ever, realizing I do own the ability of doing things that ordinarily seem so impossible, such as reading maps. So I'm forced to acknowledge that I do have to wear sneakers, which disables any kind of fabulous vacation portraits of myself. Also, due to some lack of appetite, skipping luch is allowed. I tend to compensate by enjoying a cupcake or an overpriced slice of cake at some cosy and trendy cafe.
2 – My understanding of analogue photography gets a little mixed up, as I keep on taking tons of picurtures as if I was operating a digital camera. I know that some awesome detail will turn into a boring lousy picture, but still I feel the need of documenting it as part of a mechanism of memory reconstruction. A week vacations equals a dozen of boxes of film.

   This April I went to Belgium. I stayed in Antwerp, where I spent most of my days, but I also had the chance to visit Brussels, Bruges and Ghent.

   I will now share some of the images I brought back from my trip.


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